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Como o fulfillment transformou o Mercado Livre em uma referência de entrega rápida no Brasil

O Mercado Livre se tornou uma referência de entrega rápida no Brasil. De acordo com a companhia, 193 municípios brasileiros recebem encomendas do Mercado Livre no mesmo dia da compra, 2,9 mil cidades dia seguinte e 5,2 mil municípios em até dois dias. Ao todo, o portfólio do marketplace é composto por aproximadamente 3,2 milhões de sellers.

Esse desempenho tem relação direta com o investimento do Mercado Livre em fulfillment, que se tornou uma das marcas da companhia no país.

De acordo com um estudo do Banco de Compensações Internacionais (BIS), a América Latina é um local em que a proliferação de fintechs cresce de forma acelerada: de 2017 a 2019, o investimento no setor aumentou mais de 100%. O Brasil é destaque absoluto, com mais de 50% dos acordos realizados, seguido por México (22,7%), Chile (9,1%), Colômbia (8,2%) Argentina (6,6%) e Peru (1,4%). Ou seja, a decisão colabora para aumentar ainda mais o valor de mercado da companhia, atualmente em US$ 60,6 bilhões, de acordo com dados divulgados pela consultoria Economatica.

“Um dos fatores críticos para esse crescimento foi o investimento em centros de distribuição e logística próprios, sem depender de outros agentes. Tecnologia, automação, inovação, conexão de canais e a proximidade dos centros de distribuição dos clientes, ideia muito similar à utilizada pelo WalMart, contribuíram de forma significativa para tornar o Mercado Livre quem é, hoje. Além disso, o investimento numa logística eficaz trouxe resultados. Hoje, eles têm cerca de 4 mil funcionários e operam em 19 países; a Netflix opera em 190 países e tem 2.500 funcionários, aproximadamente. Veja o tamanho do compromisso com o trabalho a partir daí”, explica Murillo Dias, professor da FGV.

A relação entre gigante com DNA argentino e o Brasil existe desde a fundação da empresa: no mesmo ano em que começou a operar em seu país de origem, o Mercado Livre também iniciou suas operações por aqui, além de começar no Uruguai e México. Com uma combinação de oferta de tecnologia, inovação contínua e investimento massivo em logística, o casamento de longa data com os brasileiros deu certo. Segundo dados divulgados no terceiro trimestre deste ano pela companhia, mais da metade (55%) da receita da empresa vem do mercado brasileiro.

Com tamanho sucesso no Brasil, responsável pelo maior PIB da América Latina, uma questão surge: afinal, como a maior empresa da América Latina não é brasileira?

Uma série de fatores interfere nessa discussão. Primeiro – e mais óbvio – a própria nacionalidade do fundador, Marcos Galperín. Argentino, o executivo teve a ideia de fundar a companhia enquanto cursava um MBA na Universidade de Stanford. Até aí, não há muito o que fazer: poucas são as empresas que se arriscam a abrir a primeira filial de seus negócios fora de seu país de origem, onde já conhecem aspectos políticos, culturais e tributários de longa data.

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